sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O PAPEL DA FAMÍLIA COMO UMA DAS PEÇAS DE MANUTENÇÃO DE UMA SOCIEDADE OPRESSORA

DURANTE os dez primeiros anos de nossa existência estamos começando a desenvolver o nosso primário intelecto,lidando e tentando entender os acontecimentos ao nosso redor,aflora-se o instinto de sobrevivência,começam a surgir idéia e mentalidade própria enquanto nossa individualidade,tudo isso de forma sutil.Nesse período as bases formadoras de nossa personalidade são a família, a escola, a igreja e a mídia, que permeiam,uns mais outros menos, a vida das crianças.Procurando frisar uma dessas bases,talvez o que tenha o maior efeito sob uma criança é a família, já que passamos praticamente quase todo o tempo convivendo com ela, aptos a receber seus ensinamentos,experiências,concepções,ideários e valores. E é partindo desse pressuposto que pode-se afirmar que dependendo do histórico familiar e de sua natureza, do que foi ensinado e repassado por décadas, a família pode tornar-se um forte instrumento de propagação de ideários preconceituosos,materialistas submissos, conservadores, enfim maléficos, mantendo assim o estado de tais ideários. A família (representada geralmente por pai e mãe, mas como um todo, é aquele(a) que cria) costuma passar para seus filhos(as) a educação que eles(as) receberam e essa educação geralmente é de decadas atrás, onde homens e mulheres têm seus papéis bem definidos socialmente e culturalmente, onde a religião têm seu espaço obrigatório e onde valores são bem conservados e estimulados. Com isso, o que acaba acontecendo é que muitas vezes pais e mães acabam errando completamente, tomando atitudes que inibem seus filhos(as), perdendo toda suas espontaneidades. Várias atitudes podem ser explicitadas. Como exemplo tomamos a postura machista, que aprendemos desde cedo. Mães ensinam às filhas seu futuros papéis, que se restringem a serem donas de casa e satisfazerem as vontades de seus companheiros, esquecendo as suas próprias. Já os pais ensinam aos filhos a cumprir esse papel de dominar as tais submissas , sem contar que ele pode e deve abusar do corpo feminino e claro ser muito "garanhão" . Tomando outro exemplo, quando dois garotos ou duas garotas fazem típicas brincadeiras envolvendo carícias e toques um(a) no sexo do outro(a), os pais ficam já apavorados, ensinando uma postura homofóbica (quando ocorre com crianças de mesmo sexo) e simplesmente reprimindo suas sexualidades (quando a brincadeira envolve dois sexos distintos). Há também crianças que querem argumentar um não e não obtem respostas, obrigando-as a obedecer a uma autoridade que têm todo o direito de lhe negar explicações e desde pequenos(as) obrigados(as) a obedecer regras de convívio e ordem da casa, sem poder questioná-las. Há pais que usam e abusam da violência verbal e física, contribuindo para um desenvolvimento complicado onde crianças crescem e se tornam introspectivas, infelizes, medrosas ou obviamente violentas. Também é notável observar pais e mães fazendo piadinhas e difamações à outras raças,culturas, religiões, nacionalidades e condutas sexuais, na frente de seus filhos(as), incentivando-as a rirem e fazerem os mesmos comentários e pior, passando a sensação à eles(as) de que isso é absolutamente normal,fazendo brotar neles(as) o preconceito e futuramente a intolerância.

Família também ensina valores burgueses, de que só seremos alguém, que só obteremos felicidade estudando a vida toda e trabalhando, para ter dinheiro e alimentar seus sonhos materiais, de que é isso o que realmente importa, ser alguém, nem que isso implique passar por cima dos(as) outros(as) ou gerar mais desigualdades sociais.

Com tudo isso a família caba sendo mais uma engrenagem de criar gerações homofóbicas, machistas, violentas, que nunca se questionam, sem senso crítico. Para alguém que cresce nesse ambiente, quebrar todas as amarras e romper com tudo aquilo que lhe foi ensinado, qustionar os pais, é difícil, mas não impossível e deve ser realizado. Não devemos ter a visão moralista e tradicional de que afamília é nosso único alicerce , a verdade absoluta, que merece respeito incondicional. O respeito, aliás, só deve se fazer se as pessoas fazerem por onde merecer. E esse mesmo respeito não deve se restringir somente aos(as) mais velhos(as) (outro erro ensinado) e sim a todos(as) os(as) indivíduos (as) que a constituem. Pois quando não há laços afetivos verdadeiros, a família passa a ser somente um nome, uma instituição retrógrada e nada mais. não abaixe a cabeça,tente o diálogo, mostrar a incoerência dessas atitudes. Tudo isso foi exposto para desmistificar o ideário de que anarquistas são contra a família. Não, não somos, elas sõ pessoas que fazem parte de nossa vida como tantas outras, somos contra sim, a família enquanto instituição tradicional e propagadora de ideários que combatemos. Jamais tornemos a família como espelhos. DEVEMOS DEIXAR EM NOSSAS PRÓPRIAS MÃOS NOSSAS DECISÕES E NOSSOS PENSAMENTOS, SEM DEIXAR-SE MOLDAR COMPLETAMENTE POR ELES(AS) REPRESENTANDO TUDO AQUILO QUE SEMPRE QUISERAM QUE VOCÊ FOSSE.



Amanda : cinzasylágrimas@hotmail.com -----(essa pessoa já não está mais entre nós )

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

um mapa do mundo
que não inclua a utopia
não vale a pena olhar